FAROL
- posto que ondula
entre a fúria
e o recuo,
o eco,
o sussurro
e o vácuo
do grito -
deita os olhos, duas nascentes de
calma, em cada um dos respingos de sal
com os ouvidos atentos às fases, às frases,
às crases e às oscilações
anota cada nota da canção soprada aflita
pelo hálito frio de maresia
dispondo-as aos pés da razão, germina
uma a uma em sensibilidade vasta
afasta os grãos de areia - que
atritam o percurso e o condena -
asserena o verbo e a língua, deitando
as notas na escrita
- berço de larga entrega onde nascem
versos caros,
salinização sincera que o vento logo
carrega -
FAROL - Lena Ferreira – mar.15
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