Postagens

Mostrando postagens de 2019

degrau por degrau

Imagem
... tua demora já não me apressa embora expressa, me diz quase nada além de toda essa indiferença a tudo aquilo que nos interessa marcaste um encontro; sem tua presença brindo por tudo que não se apreça - cada segundo veste-se de escada e degrau por degrau nos arremessa ao completo distanciamento -

e mais

Imagem
*** o vento traz, nos braços, novidade numa manhã de luz, de cor e festa já posso ver, pela janela, a fresta do novo ciclo, feito em claridade todo o ambiente aspira esse aroma o pensamento se refaz em viço e assim, renova o velho compromisso: sair, de vez, da incômoda redoma que impede o toque na realidade - mesmo que seja na adversidade preciso é inspirar esse bom vento que traz, nos braços, perfumes e flores e mais; promessas de curar as dores acumuladas ao longo do tempo - - Lena Ferreira -

por dentro

Imagem
... chegam-me notícias tuas pelas mãos delicadas de um brando vento chegam como fossem unguento pra esta saudade quase idosa cabelos brancos, tamanha a espera olhos que bem pouco enxergam o que tem se passado lá fora - como somente saber-te importasse - e quando me chegam essas tais notícias é como se um pássaro roçasse as suas asas bem aqui no meu peito - por dentro - - Lena Ferreira -

quase

Imagem
... trocava fácil esta dor sem prévio aviso mastigando o meu juízo - ferindo o seu lado direito -  no seu lugar poria a flor do teu sorriso junto a um verso mais conciso para acalmar este peito que pulsa doido quase para quase piro quase doida já deliro pressentindo a tua presença mas, tudo passa logo a dor dá uma trégua quase para então, respiro quase doida assim me inspiro do que essa troca não nega - Lena Ferreira -

como eu

Imagem
*** se te pareço ausente dessas coisas todas é porque teus pés prioritários não me reconhecem nesse outro caminho, estreito e estranho à procura das tuas perguntas soltas talvez teus olhos, acostumados com tribunas doutas, enxerguem somente o que te convém e já não olhem para o teu passado coirmão deste meu presente que sente tanto, e tudo, e muito sem intuito e sem remissão estacionado na esquina de outros pensamentos o meu olhar ainda espelha esperas e embora também te pareça ausente - como eu -  é todo teu, presente - como eu - - Lena Ferreira -

nessas horas

Imagem
*** cessa o vento sobre o mundo - o de dentro e o de fora - por um tempo impreciso horas varrem um segundo tudo em volta desfalece ontem transmutado em agora a mão deposita a cena sobre um verso que se esquece onde a rima não se escrava nessas horas indecisas quando a pena desarvora o silêncio é palavra - Lena Ferreira -

rimas orvalhadas

Imagem
*** quando o Jardineiro vem colher suas flores deixa rimas orvalhadas pelos cantos das janelas que aspiravam seus valores inspiradas, certamente, pelo encanto das sementes ventureiras desde o colo que fincaram suas raízes bem no vento das nuvens robustas, fizeram seu solo quebrando o trato feito com o tempo quando o Jardineiro vem, vem sem aviso é por isto que estes versos de improviso dizem menos, bem menos que deveria dizer dessas flores bem como se deve há somente um Autor que se atreve pois é o Verbo e a própria Poesia - Lena Ferreira -

à brisa mole

Imagem
*** quando olhos se procuram  sem encontro e perguntas se afogam  sem respostas urge a busca por um vento mais propício que diga, do início, muito mais do que do fim que cure o corte fundo feito à navalha solicitando à brisa mole que equivalha aos acordes sazonais capaz  equacionar essas questões ambivalentes plantando, aos pés do tempo, os detalhes racionais - Lena Ferreira -

ao largo

Imagem
*** ao largo, esperas cansadas se empenham: nutrindo uma esperança esquálida balbuciam preces indizíveis por dias a mais mas, a reza que os céus preferem e a que ainda profiro é por dias amenos - Lena Ferreira - 

afasia

Imagem
*** do outono que se vai, o que nos deixa desponta em certos fundos de quintais nas nuvens de algum céu feito de queixa semeia intermitentes temporais difícil o respirar do ar que pesa e lesa as folhas que clamam por vento rejeitam o argumento que despreza e rezam por um novo pensamento mas, só rezar bem pouco adianta o que fazer com o grito na garganta contido por coragem ou covardia? talvez o inverno traga-nos respostas talvez, quem sabe, as folhas mais dispostas possam virar-se e findar a afasia  - Lena Ferreira -

só pra quem está dentro

Imagem
*** ninguém sabe o que acontece quando a porta fecha o que as paredes dizem, o que as cortinas sonham e mesmo que soubessem, nada disso importam a vida segue em curso, nascimento e morte sussurros, sopro, vento, solidão ao norte ao sul, a brisa é mansa e a porta, sempre aberta, recebe a chuva com sorrisos de esperança e, mesmo com o peso instável na balança, vislumbra a solução através de uma brecha então, o que acontece quando fecha a porta é coisa que só pra quem está dentro importa - Lena Ferreira -