por sorte
*** a noite deu um passo firme além da tarde com as mãos pesadas de promessas vespertinas em sua órbita, já transitam muitos rastros quase escondidos por estrelas repentinas só mais um passo, cuidadoso, sem alarde e o manto negro, como uma leve cortina, recobre o céu e nos descobre ainda frágeis nessa jornada entre o chão, o céu e os astros um passo a mais e a madrugada traz o sono entregue o corpo, a alma em suposto abandono talvez percorra os rastros, passos desse dia talvez vigie o corpo intacto em esperas talvez reclame as promessas de outras eras talvez, com sorte, acorde em nós, a poesia - Lena Ferreira - foto: Maria Célia R. Domingos