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Mostrando postagens de dezembro, 2018

por sorte

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*** a noite deu um passo firme além da tarde com as mãos pesadas de promessas vespertinas em sua órbita, já transitam muitos rastros quase escondidos por estrelas repentinas só mais um passo, cuidadoso, sem alarde e o manto negro, como uma leve cortina, recobre o céu e nos descobre ainda frágeis nessa jornada entre o chão, o céu e os astros um passo a mais e a madrugada traz o sono entregue o corpo, a alma em suposto abandono talvez percorra os rastros, passos desse dia talvez vigie o corpo intacto em esperas talvez reclame as promessas de outras eras talvez, com sorte, acorde em nós, a poesia - Lena Ferreira - foto: Maria Célia R. Domingos

sem licença poética

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*** quando eu nasci nenhum dos anjos em suposto plantão (nem o de Carlos, ainda tão distraído, tampouco o de Adélia, sempre ocupadíssimo) dignou-se a me dar conselhos - era muda, mas não tive medo... -  dei foi graças por seres distantes pois se viessem, esquecidos espelhos, e me dessem o que nem lhes pedi começaria a falhar bem mais cedo - Lena Ferreira - 

ferreira

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... quisera ter nascido aço mas, minha mãe me fez ferreira: parto seco quase lasso quase rio em ribanceira forjo o verso pelas margens lambo as pautas derradeiras ardo chamas quase abismo quase seta sem ponteira alvo certo, não acerto: corto o vento que se agita airo o velho pensamento da brisa que regurgita verbos caros, dedicados a quem não ainda desperto quisera ter nascido aço mas, minha mãe me fez ferreira: forjo o verso e, num abraço, abrigo as almas inteiras - Lena Ferreira -