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Mostrando postagens de setembro, 2020

blues

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  ***   a voz que chama o vento é leve, e leve esparsa as nuvens de um pensar aflito enquanto o céu responde em tom bonito um blues suave, assim como se deve   que as águas desse mar tão exclusivo levantam-se em ondas, clara espuma daqui a observá-las, uma a uma remeto-me aos aplausos efusivos   à voz que chama o vento, pois merece no entanto, nem por isso se envaidece pensa somente no seu compromisso:   chamar o vento para que o céu cante seu blues suave que, às horas, garante um outro olhar à vida e um novo viço   Lena Ferreira

por entre os dedos

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    ***   trago nos olhos o pó do chão de Marte e nos cabelos o sopro de nove luas este sorriso resenha o espelho vosso e não são lágrimas que lavam os meus pés são oceanos que encobrem minha veste e em maré cheia ampliam as nuvens fáceis entre sussurros me abraça a maresia que me devolve a calma que não tinha trago nos olhos o pó de muitos dias - por entre os dedos cochilam poesias - - Lena Ferreira - #lenaferreira @lenaferreiraquaseserena

quase reza

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*** são calmos os versos nascidos nessas últimas horas inverniças: quase salmos, quase preces, quase reza, quase um acalanto - calmos - tão calmos que não choram apesar do frio tenso, o vento intenso e a palmada do pós parto; se aquecem, agasalhados por estrelas  e pelo canto... ...que nina cada verso com zelo profundo e, pouco a pouco, apresenta-os ao mundo    – Lena Ferreira –  

na varanda de minhas vontades

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  ***   plantaste sementes fecundas na varanda de minhas vontades - até então, adormecidas - e, diuturno, zeloso na rega, umedeces a terra dormente fertilizando o entorno com palavras tenras, ternas - eternas -   - Lena Ferreira -

antes que a noite adormeça

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*** antes que a noite adormeça, intuo, virás quieto e assaltarás o meu sono esse mesmo que bebi com os olhos das esperas secretas, sensíveis, cordatas, fragmentadas por um espelho distante aromado por fragrâncias sutis e seguras pigmentado em textura de suave anis e, debruçado na varanda destes seios, aspirarás todos os versos que te fiz e resguardei debaixo dos desassossegos por entre as notas do que ficou por dizer e, alimentado tenra, intensa e fartamente, descansarás esses teus lábios nesta sede que os beberá com a mesma calma imprevista - e a mesmíssima urgência propícia - desses deságues que engravidariam nuvens não fosse o vento das vontades que as dissipam antes que a noite adormeça, intuo, virás quieto e assaltarás o meu sono... ...e devolverás o meu sonho. - Lena Ferreira -