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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

harmoniosa

ouço, disposta, as notas tuas que dão viço e sinto a graça em volta do que tu professas dançando harmoniosa com o que tu confessas no santo altar das horas altas de sossego desse teu cântico que quase se assemelha ao de um pássaro noviço diante de uma plateia dispersa - Lena Ferreira -

como salmos

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*** vêm calmos lábios zelosos guardiões dos silêncios mais discretos beijam-te o verso e brisam-te o avesso como salmos - Lena Ferreira -

por não-saber

guardo o teu olhar numa gaveta e me retiro assim prefiro que é pra não embolorar outras lembranças que circulam pela sala que não gritam, mas me falam da vida que é quase um tiro no escuro escalo o muro de uma dor que desacata ordenanças correlatas sábias do que é seguro mas, por não-saber, eu só procuro três promessas não-feitas e um suspiro que ajeita outro olhar pro futuro - Lena Ferreira -

importa

volta o mar com suas ondas fartas a se instalar num peito já sem susto e acomodado assim, sem muito custo, revisa o aviso das náuticas cartas que navegar por águas tão difusas pode não ser assim de mau um todo importa o vento a desviar do lodo das algas e areias mais profusas importa a brisa próxima ao juízo pra derrubar com seu sopro preciso essas muralhas que a vida oferece importa a chuva do verbo conciso lubrificando, sempre,  o seu sorriso e todo o resto, esquece, esquece...  - Lena Ferreira -

aos olhos do poema

aos olhos do poema, tudo é pergunta latente e aos seus ouvidos, tudo remete à outra canção à sua mão, quando disposta, tudo o que chega, se transforma a não ser esse silêncio que, arrastado e displicente, desinforma sua última resposta  - Lena Ferreira -