ANIMA
Dai-me ouvidos límpidos para a escuta do poema que a vida me apresenta e a palavra delicada que apascenta um novilho tosquiado à força bruta Dai-me mãos cooperativas na labuta e a gota de suor que acrescenta um grãozinho nessa caixinha cinzenta e os pés capazes na boa conduta Dai-me olhos que, além de ver, enxerguem o equilíbrio e os ombros que se erguem independente do peso oferecido Se peço muito, dai-me força - esquece o resto - para casar cada palavra com seu gesto e a leveza de um peito agradecido ANIMA - Lena Ferreira - *