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Mostrando postagens de junho, 2017

ok, ok...

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Ok, eu sei... Nem sempre será sol. E vai ter chuva, sim. Ventanias, tempestades, sim, sim. Porque faz parte do clima. E do 'clima'. E porque faz parte, aceito. E porque aceito, não me domina. Ou, nem tanto. Não mais. Porque sei o que quero. Quero paz.  Clichê, auto-ajuda, mantra, otimismo tolo e fútil... Seja lá o rótulo que imponham, sigo crendo que, 'apesar de', acima das nuvens, e aqui dentro, há um sol que me pertence e que, num sopro, solicito a chama toda vez que faz frio em volta. E ele me responde sol-rindo. Sempre. Ok, ok...Vai ter chuva? Sim. Ventanias, tempestades? Sim, sim. Mas, colocando-me acima do clima e do 'clima', também serei sol. - Lena Ferreira - 

nem é lua cheia

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não é hora, creia, de mexer no pacto de rever o impacto que ergueu o escudo noutro verso mudo que mantém intacto sob a luz da lua que observa a sombra do verbo que sobra sobre outro silêncio estéril de gestos não é hora, creia, de bulir na calma saturando a alma nessa noite escusa o sol ainda tarda e outra lua aguarda pelo verso liso que pretende o simples longe dessa rima: ser só a palavra que não desanima - ...não é hora, creia nem é lua cheia... -   - Lena Ferreira ​ -

ainda

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quem disse da noite mais fria é certo que desconhecia que, embora não houvesse fogueira, a chama que chama, altaneira no peito de nós, ainda ardia ainda - Lena Ferreira -

quem sabe

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eu nunca digo nunca, isto é certo, pois penso que o nunca é calvário é peso morto, é desnecessário é palavra que, longe, traz pra perto uma distância que não se imagina e uma certeza que não é bem certa e fecha a porta que queria aberta e abre, à força, o que não se domina que chamo teimosia, simplesmente: o nunca, como nunca, livremente passeia pelas línguas, a seu jeito mas, digo, vai rendido aos costumes pois se deitarmos, na razão, o lume veremos no 'quem sabe' mais proveito quem sabe - Lena Ferreira
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risco um verso no tempo arredio e ouço a pauta pesar no seu corpo que agitado contorce-se, torto: tiro o verso pensado em desvio outro verso na pele do cio e ouço o alarme do tempo pudico que censura, então retifico: tiro o verbo pensado e o resfrio outro verso no vento do instante mau nem bom, nem mesmo consonante vou, me arrisco nas letras a fio o que importo é o amor pela escrita boa ou ruim, é ela que me dita a importância desse desafio desafio -  Lena Ferreira  -

coincidência

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incide a luz sobre esses olhos negros negros, negros como a noite que a gente sempre quis fresca das notas que os dedos vários da lua propiciam ternamente as canções que ontem lhe fiz chamando estrelas que retocam o nosso verso nascido na hora mais extrema entre o riso e a calmaria coincidindo, essa luz que ora lhe cobre pouco a pouco, nos descobre mais que versos; poesia - Lena Ferreira -

arquitetura

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que, pra chegar até aqui,  atravessei muitos desertos séculos de fome e de sede impostos pela auto clausura e não pense que há lamento nos versos que vão aos pés do vento são somente grãos de areia que facilitaram a arquitetura do momento onde me encontro observando, mansamente, o aceno brando da ternura -  Lena Ferreira  -

outra vez

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Remexia sua bolsa como se procurasse alguma coisa muito importante. Suas mãos suavam pressa, incômodo e impaciência. Por fim, resolveu virá-la de ponta cabeça. De lá, como vômito, saiu um sem-fim de inutilidades. Pontas de cigarro, contas por pagar, algumas ausências que por protelar a procura, prescreveram reencontro. Uma fruta em estado de decomposição, um sim, dois talvez e três nãos. E o caos generalizado esparramou-se no chão. Fitou o amontoado um tanto indisposta . A náu sea instalou-se no seu pensamento. Mais uma vez. Vontade de virar as costas para tudo aquilo. Mas. Não podia. Não devia. Era hora de encarar os fatos. E as fotos. Que desbotadas pelo tempo esquecido, faziam alarido no espaço apertado. Do peito.  Não deveria ter deixado tanto tempo assim. Mas.  Assim foi. Fechou os olhos. Respirou fundo. Selecionou os trastes imprestáveis e deles se desfez. Mais uma. E, outra vez, esvaziou sua bolsa. E, com o espaço conquistado, alma e corpos já suados, aos poucos, outra

e tudo dorme

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a noite acorda sem grandes anseios e o quê contido nela se apresenta com seus andrajos que cintilam sono entre os fiapos que soçobram viço e assim se arrasta madrugada afora levando estrelas nas costas curvadas ressona as vezes do não estendido pelas estradas do abortado sonho da sua boca, um murmúrio escorre arrependido pelo verbo estanque deitado, estéril, num quintal baldio cavando a terra que sua remorsos - e tudo dorme enquanto isso acontece verão só rastros quando amanhecer - e tudo dorme -  Lena Ferreira  -

sentinela

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o sol desperta e, como sentinela, defende os campos que vão distraídos com os sinais escusos reformados pela certeza imposta, recorrente estica as franjas de brilho clemente espalha o aroma que vem lá do centro espelha rostos que já tão dispostos abraçam a calma de ser mais um dia e em nada disso, espraia o arremedo: é só ciência do que oportuniza é só ciência da mais pura essência que, nessa vida, em nada há final *sentinela -  Lena Ferreira  -

na preamar do meu sorriso

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contemplo-o a recitar seus rios na preamar do meu sorriso líquido e extenso desembocando rimas fluídicas nos lençóis de águas e algas onde se agitam os desejos das mais antigas nascentes e seus improváveis segredos e, no curso em que me ponho, declamo-o meu, afluente desaguando oníricos beijos - lírico, fluídico e recorrente, contemplo-o e proponho: não me acordem tão cedo - na preamar do meu sorriso - Lena Ferreira -

quem disse?

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Há tempos não visitava o sarau do Leme à beira-mar. Ah, o mar. Não bastasse a poesia, o mar. Dois amores que carrego com zelo. O mesmo que uso agora, para que não se quebre o encanto de ter presenciado a função mais sublime da poesia. A social. Veja, o único protocolo que sigo a risca é o do respeito. Por tudo. E por todos. Dito isto, repenso as sensações impressas e expressas no retorno ao Quiosque Estrela Azul ontem, no evento   Pelada Poética No Leme Com Eduardo Tornaghi . Onde encontrei renovados amigos. Foram tantas. Emoções, impressões e expressões. Na minha chegada, rezavam, os poetas, suas poesias. E, por respeito, sentei-me silente para tragar uns goles. De poesia. Um ambulante passava pelas mesas oferecendo amendoim torrado. Num papel de pão, como amostra, para que provado e aprovado, pudesse lhe render uns trocados. Fim do dia, quase. Poucas vendas. E a poesia fluía. Passados alguns instantes e ela, a poesia, calou-se diante de um enorme desrespeito. Ao ir-e-v