Andei pelos jardins da velha casa onde lembranças com asas conduziram-me a um passado assim, não tão distante quando os passos, que ainda eram macios, pisavam disciplinados, repletos de cuidados para não espantar as tímidas borboletas enquanto as mãos, que ainda eram delicadas, afofavam o terreno amplo, limpo e produtivo e semeavam , zelosas, grãos de sonhos, de amores de cores de sorrisos Andei por onde os olhos, cheios, cheios vislumbraram um paraíso com pontes sem muros Andei pelos jardins da velha casa e apesar do corpo em brasa e desses pés já tão pesados e dessas mãos já calejadas as asas dessas lembranças em sobrevoo, à alma lassa, devolveram esperanças aos montes, com juros PELOS JARDINS DA VELHA CASA - Lena Ferreira - jan.15 *para a Oficina Inspiraturas - Por onde andei