QUASE MEU
É quase minha a
certeza
da autonomia das folhas
que se desprendem,
moles,
em cada outono prévio
em cada vento inverso
em cada verso interno
em cada averbação
É quase minha a
destreza
na condução das
nuvens
levemente tingidas de
cinza
que pairam no
pensamento
em cada passo incerto
em cada nó que aperto
em cada indecisão
É quase minha essa calma
diante de tantos fatos
ocultos atrás da porta
que, em superfície,
relato
em cada linha torta
em cada letra morta
em cada exclamação
É quase meu esse
espelho
diante de seus olhos
vermelhos
QUASE MEU – Lena
Ferreira – set.14
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Abraço, amiga...