QUASE MEU



É quase minha a certeza
da autonomia das folhas
que se desprendem, moles,
em cada outono prévio
em cada vento inverso
em cada verso interno
em cada averbação

É quase minha a destreza
na condução das nuvens
levemente tingidas de cinza
que pairam no pensamento
em cada passo incerto
em cada nó que aperto
em cada indecisão

É quase minha essa calma
diante de tantos fatos
ocultos atrás da porta
que, em superfície, relato
em cada linha torta
em cada letra morta
em cada exclamação

É quase meu esse espelho
diante de seus olhos vermelhos


QUASE MEU – Lena Ferreira – set.14

Comentários

Celso Mendes disse…
Belíssimo poema, Lena!

Abraço, amiga...
Lena Ferreira disse…
Feliz aqui com sua visita e comentário generoso, Celso. Grata, amigo. Abraço...

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