DEVANEIOS - 2


Morna e lentamente acenando-me, a tarde, sem alarde, dá adeus a mais um dos meus conflitantes dias. Deixa-me tão só que, aos pés da poesia, rogo que amenize essa pontinha de saudade...
Logo a noite vem e o meu peito todo arde enquanto um rio calado pelo rosto inteiro escorre até desaguar nos lábios; lá é onde morre junto com as palavras aflitas, mas covardes.
Uma brisa conivente apronta-se à me beijar. Entregue a ela, de leve, adormeço... É quando, muito viva, sinto a tua palma tateando todos os cômodos do meu pensamento.
A noite então madruga e a brisa vira vento que me acorda em susto desse insano e breve sono. É quando mais uma vez, inutilmente, questiono:
-Por que é que só em sonhos vens me visitar?


- Lena Ferreira – in Devaneios 2 - set.14

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