NO AUGE
Sonhava ser a poetisa
eleita
Aquela que só escreve suavidades
Aquela da rima exata e perfeita
Aquela que não inventa verdades
Sonhava ser aquela que só deita
A inspiração, a sua enormidade,
Em pergaminhos alvos e ajeita
Aquela que só escreve suavidades
Aquela da rima exata e perfeita
Aquela que não inventa verdades
Sonhava ser aquela que só deita
A inspiração, a sua enormidade,
Em pergaminhos alvos e ajeita
Nas entrelinhas,
desejos, vontades
Sonhava ser a que de
tudo sabe
E, no auge da vaidade que me cabe,
Sonhava-me poetisa idolatrada
A realidade, com dentes de sabre,
Morde-me os olhos que logo se abrem;
E, no auge da vaidade que me cabe,
Sonhava-me poetisa idolatrada
A realidade, com dentes de sabre,
Morde-me os olhos que logo se abrem;
Desperto e, fora o
sonho, não sou nada!
NO AUGE – Lena
Ferreira – ago.14
*mote VAIDADE - Florbela Espanca *
Comentários