CERZIDURA


Na testa, o vinco dos preocupados
na alma, as dobras da desesperança
na boca, o sorriso dos desesperados
no peito, uma vontade que não cansa:

Rasgar a alma, sem precisar atalhos,
em cortes, picotes e pedaços vários
até que, diante dos ínfimos retalhos
possa escolher somente o necessário...

….pra re-vestir-se, deitando à costura,
botões, colchetes, pontinhos de trança,
renda ou bordado, em efeito cerzidura;
vestida em calma, a alma, sim, avança


CERZIDURA – Lena Ferreira – set.14

Comentários

Unknown disse…
Que dom de poesia te acompanha...que dom!!!


Bom, muito bom estar aqui.

beijo ternurento de gratidão

Clau Assi
Lena Ferreira disse…
Bom é ter você por aqui, Clau! Mas... a poesia está mais para quem a lê por isso, agradeço imemsamente por sua presença, por sua leitura generosa. Beijo sereno, Poesia!

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