SOLIDÁRIO

É com os ouvidos na palma que escuta,
atento, as confidências e os lamentos
quando essa alma enluarada se agita;
se o discurso é sangria, pra quê contê-la?


Então, com os braços da alma, acalma
as tensões de mais um dia entre conflitos
no seu colo manso, tempestade e ventania
logo se esvaem; pra quê retê-las?


E enquanto a madrugada em passos leves
passeia entre as calçadas de estrelas,
instaura em mim a calma, ainda que breve...
- logo adormeço sonhando em mantê-la -



SOLIDÁRIO - Lena Ferreira -

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