COMUNHÃO

O verso ouviu o vento e estremeceu
temendo ser levado a um canto escuso
temendo pelo modo inconcluso
com o qual a pena frágil o escreveu


O vento, percebendo o medo tanto
do verso, se achegou e mansamente
soprou em suas letras docemente
aquietando a febre e o quase pranto


Dizendo, com cuidado e com carinho:
te levarei comigo por caminhos
distintos, diferentes; bem diversos


Dá-me tua mão sem medo; só confia
assim como quem ama, a poesia
é comunhão, pertence ao Universo


COMUNHÃO – Lena Ferreira – nov.14


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