TANGENDO NUVENS




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Enquanto um vento-menino, brandindo o seu chicote de plumas, suave, brinca de tanger as nuvens esparsas de um céu azulejado, permito-me um observar quase sensato sobre as imagens diversas que se me apresentam em impacto. Figuras das mais várias formas se formam em poucos instantes e, quase no mesmo instante, outra forma e outra vez. Talvez só para lembrar que, da mesma forma que as nuvens, na vida tudo muda, tudo é transformação e, muitas vezes, independe de mim...de ti ou de voz...
Então, re-corro ao maço de folha em branco e com o pensar franco, abraço essa inspiração como sendo uma tábua de  salvação. E apontando impressões, escrevo, rabisco e escrevo de novo o que devo e não devo, o que penso, o que sinto, o que invento e o extinto; fotografo emoções.
Sensações que, percorrendo as veias, geram memórias cheias, esvaziando a razão. Onde a solução? Onde me fiz refém? Ah, coração...Aquieta-te no peito e daremos um jeito nessa nossa questão: ou freamos o vento-garoto que, brincando, tange as nuvens do nosso destino ou mudamos também...


TANGENDO NUVENS - Lena Ferreira - 

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