SACODE
Não
sem aviso, veio forte e cego
e
laminado, arrancou-me telhas,
tirando
o chão do eu, do id e o ego
virou
poeira que não se espelha
Temi,
tremendo - isso eu não nego -
perder
o todo que se assemelha
à
calma, à paz e tudo o que carrego
dentro
do peito em ínfima centelha
-
o céu trincado em grandes estrias
lembravam
as rugas dos passados dias
e
as trovoadas, gritos de improviso -
Não
sem aviso, sacudiu-me o vento;
tombou
certezas do antigo tempo
e
fez-me chuva no instante preciso
SACODE
- Lena Ferreira – dez.13
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