PREFIXO

Trago de berço o prefixo de um céu líquido
E a imensurável inconstância dessas ondas
sempre me sonda e me remete a vazantes;
gotas, poças, lagos, rios, mares, oceanos...

Não é um plano arquitetado; é o efeito
do que no peito roça e arranha em agonia
Nascidas frias, rimas batem nos rochedos
e morrem cedo, amênicas de maresia

Verso com limo, pedras, algas verde-musgo
e no quê profundo do raso mundo que alcanço,
avanço e a calmaria, com um beijo, me azuleja

Que assim seja; apaziguo-me com o vento
que, neste momento, sopra leve, quase brisa
e me avisa, num vaporoso e eterno abraço

Que esse cansaço que, às vezes, me abate
é pelo embate inglório, por noites e dias
entre as suadas ventanias e as águas de mim


PREFIXO – Lena Ferreira – dez.13

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