ADIA
Há dias em que o ponteiro não adianta
e o grito na garganta,
preso, é quase explosão.
Há dias em que a seta é curva torta
e altera toda rota
sem sentir a direção.
Há dias em que a palavra é um corte:
cada letra é semimorte;
rasga a alma e o coração.
Adia, nesses dias, qualquer fala,
qualquer gesto; o que se cala
é melhor que explicação.
ADIA - Lena Ferreira - mai.14
e o grito na garganta,
preso, é quase explosão.
Há dias em que a seta é curva torta
e altera toda rota
sem sentir a direção.
Há dias em que a palavra é um corte:
cada letra é semimorte;
rasga a alma e o coração.
Adia, nesses dias, qualquer fala,
qualquer gesto; o que se cala
é melhor que explicação.
ADIA - Lena Ferreira - mai.14
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