quem há de ouvir meu grito quase, quase mudo
que corre pela mata em dores de agonia  
a mesma mata que nos pertencia
de onde tiraram quase, quase tudo

das nativas árvores ao infinito espaço
restou bem pouco e pouco a cada dia
da caça, bem colhemos o cansaço
de retornar com as mãos quase vazias

colonos há que muito tempo trazem
doenças não civilizadas na bagagem

arcos, flechas, mortes, penas
misturam-se à pena
será que o futuro, perto, nos condena?

quem há de ouvir meu grito do dia após dia
que, mudo, põe a boca aos pés da poesia?

*




- à proposta NÃO TEMA O TEMA do Terça ConVerso no Poesia Simplesmente de 18/04/2017 -

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

pensando na morte

ciclo

ENTREGA