lembra



...


Sabe? Há algum tempo, cultivo, em meu jardim interno, um amor incondicional e aconchegante.
Ë um amor próprio. Meu. E bastante, capaz de levar adiante a certeza de que, sendo assim, poderei amar ao outro com muito mais leveza. E fazer escolhas com uma propriedade muito mais robusta.
Um amor que me desobriga aceitar o que não vibra na mesma frequência que a minha. Um amor que me conecta com a minha intuição. E que me mostra intenções e pretensões.
E quanto mais zeloso o cultivo, mais ele expande. E floresce. E facilita sementes.
Porque tudo é exercício. E com exercício e empenho, tudo se aprende. E o que se aprende de verdade, a gente não esquece. Nem "se esquece".
Entende?
E é assim que pretendo seguir o dia de hoje.
Porque tudo é exercício, lembra? E como tal, é tarefa árdua, diária e contínua.
Mesmo que amanhã a celeridade e o azedume me assalte, entenderei que faz parte do processo. E que deslizes são previstos e prováveis. O que não posso ë me render e deixar ficar.
Compreendo que nada nem ninguém deveria possuir contrato assinado com o estático, o imutável.
O meu contrato é com o vento. Na cara. Onde ele estiver, me convido. Quando ele se retira, por questão de sobrevivência, vou com ele.
Mas, isto sou eu. Né? Respeito quem não.
Porque é o meu afeto que convoca os dias para que me acompanhem nessa lida, às vezes leve, às vezes bruta, mas sempre infinda que me brinda, pouco a pouco, dia após dia, com a descoberta de um tanto mais de mim.
A quem disposto a subir nesta montanha russa, bem-vindo. Mas, como não somos somente uma coisa, lembra do meu jardim...

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

pensando na morte

ciclo

ENTREGA