por sabê-la prisma
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não questiono essa verdade nua
a desfilar dual de encosta a encosta
engravidando outro oceano exposto
avolumando-o em densidade e norma
que plataforma em cada sopro fácil
do vento unânime em absurdo e pressa
que arremessa os meus dois olhos longe
como a punir-me por sabê-la frágil
- como a punir-me por sabê-la prisma -
mas, bem redimo-me do estado lua
cultivo estrelas na passagem estreita
que me madruga em pensamento-rio
e desemboca em versos de exceção
- não questiono essa verdade nua
que sua, e úmida condensa a ação -
- Lena Ferreira -
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