À NASCENTE


Da prepotência de ser mar, levo comigo
a incompetência nessas águas delirantes
em vastidão, tendo um oceano como abrigo
varrido por diversos ventos dissonantes

Quisera tanto prosseguir, mas não consigo,
nessa batalha inglória, embora fascinante,
onde vencer parece o mais duro castigo,
onde perder carece mais de uma vazante

Roguei ao Sol que evaporasse essas águas
junto com elas, tudo o que entender por mágoas
e engordasse as nuvens desse azul de frio

Depois, ao vento: sopre as nuvens à nascente
pra que essas águas, gota a gota, mansamente
deitem no leito e sintam a calma de ser rio


À NASCENTE – Lena Ferreira – jun.14

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