o mundo ainda é o mesmo
folhas murmuram querentes de água
não pela sede; mais pelo
vício
das mágoas passadas debaixo da ponte
não há resquícios nas margens
no meio e no fundo
o mundo ainda é o mesmo, mas é outro
o olhar que se debruça sobre um rio
perene sob um céu de um azul instável
cônscio de que as nuvens peregrinas
estendem seus rosários no horizonte
saúda uma brisa bem tranquila
que lhe responde em gestos de sereno
cordata, agua as folhas, louva o tempo
e benze o vento novo com um sorriso
calmo e profuso
- Lena Ferreira -
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