UTOPIA

Era um andar com sede farta de horizonte 
e cada passo sussurrava: adiante, adiante
como a lembrar pros pés de estradas várias
que desistir é ressaca de embriaguez tardia
ia assim na caminhada, ora cheia, ora vazia
ia alternando a marcha: ora rasa, ora funda
ora lenta, quase escassa em caça e pressa
em tempos de cansaço expresso no olhar vago
duvidando do limite imposto ao  imaginário
vincava a linha tênue entre sonho e realidade
para acordar mais tarde, já refeita de ideias
de sopro, de vozes e de vigorosas vontades
solfejando às saias do vento: adiante, adiante
oh, sede oásis, deserto, sede a sede, utopia
sede água para os pés além dos desérticos dias



UTOPIA - Lena Ferreira - mai.15

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